sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Fernando Sabino


Elaborado para a matéria Processos Jornalísticos em Junho de 2007.

Perfil de Fernando Sabino

Desde menino a literatura despertava seu interesse, suas crônicas e concursos de gramáticas lhe rendiam premiações, mineiro, nascido em 1923, e caracterizado por muitos, como leitor compulsivo, não é de surpreender que Fernando Tavares Sabino se tornasse um dos maiores e mais conhecidos cronistas do Brasil.

Experiências como escoteiro e locutor de programa infantil, fizeram parte de sua vida até que seu primeiro conto policial foi publicado na revista “Argus”, e fez com que seu futuro fosse decidido: ser gramático. Ainda na adolescência, quando ajudou a fundar o jornalzinho “A Inúbia”, começou a colaborar com artigos, crônicas e contos nas revistas “Alterosas” e “Belo Horizonte”.
Desde então colaborações se tornaram freqüentes, e suas publicações passaram a ser vinculadas em jornais e em revistas brasileiras, como em “O Diário”, “Senhor”, “O Globo”, “Diário Carioca” e “O Jornal”. Graças a elas conheceu Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos e Hélio Pellegrino, que deu origem a um grupo de amigos eternos. Apesar da formação universitária em direito, sua carreira profissional foi de jornalista, em que iniciou como redator da “Folha de Minas”.

Depois mudou para Nova York, e mesmo lá suas publicações brasileiras não cessaram, já que suas crônicas eram enviadas para o país, que ao retornar lhe garantiram espaço semanal no Suplemento Literário. Experiências políticas também não faltaram, primeiramente na campanha política de Juarez Távora e posteriormente em 1964 durante o governo de João Goulart, em que foi contratado como Adido Cultural na Embaixada do Brasil em Londres.

Sabino aproveitou sua vida para conhecer diversas culturas, já que sempre viajou muito, principalmente para a Europa, mas países como Argélia, Singapura, Hong Kong, Cuba e Oriente Médio também fizeram parte de suas vivências no exterior, e um de seus maiores sucessos literários, “O Grande Mentecapto”, deve sua conclusão a elas.

Após alguns anos como dono da Editora Sabiá, resolve vendê-la e fundar, com David Neves a produtora Bem-Te-Vi Filmes, que resulta em mini-documentários sobre Hollywood transmitidos pela TV Globo. Muitas de suas obras também são transformadas em produções cinematográficas, como “O Homem Nu” ou em adaptações teatrais, como a obra “O Encontro Marcado”.

As premiações que começaram na infância o acompanharam durante toda sua carreira, prêmios como Golfinho de Ouro na categoria Literatura, Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra e Cinaglia do Pen Club pela publicação de “A Mulher do Vizinho” foram apenas alguns deles, além de “O Grande Mentecapto”, que lhe resultou no prêmio Jabuti e sua adaptação no cinema ter sido premiada no Festival Internacional de Gramado.

Porém a partir de outubro de 2004 suas obras não puderam mais ser escritas, ao som do jazz da banda que era baterista, Ramblers Traditional Jazz Band, Sabino é enterrado, a seu pedido, sob a frase “Aqui jaz Fernando Sabino, que nasceu homem e morreu menino”, um dia antes de completar 81 anos.

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