domingo, 23 de novembro de 2008

Cachorros... e seus donos!


Desde pequena me deparo com um mesmo problema: parece que eu sou a única pessoa do mundo que não gosta de cachorros. Até que ao longo desses anos conheci algumas pessoas que compartilham dessa mesma opinião mas elas sempre aparentam se sentir indiferentes, ao contrário de mim que fico realmente muito incomodada. Ainda bem que ao menos as regras de etiqueta estão do meu lado...ufa!

1) Quando receber visitas é primordial que seus animais de estimação estejam presos. Os convidados não são obrigados a receber lambidas, ou ficar com as roupas cheias de pelo ou cheiro de animais, e muito menos é educado serem recebidos com latidos ou barulhos insuportáveis.

2) Em elevadores a preferência é dos moradores e não do seu animal. Se algum vizinho não quiser dividir o elevador com seu cão por exemplo ele tem o direito de subir primeiro e você deve esperar que o elevador volte vazio para ter a sua vez de subir com seu acompanhante.

3) Se for visitar algum amigo e quiser levar seu bichinho pergunte primeiro se pode. Se o dono não se mostrar muito animado com a idéia não insistam.

"Donos de cachorro são uma raça à parte. Eles têm como característica o fato de acharem que o mundo inteiro participa do entusiasmo deles para com os animais, sobretudo com os seus. Eles são até uma raça simpática, mas folgada, seria bom que tivessem um comportamento mais educado e que estendessem essa educação aos seus animais." (Glória kalil)

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Ar condicionado


Se existe algo que gera polêmica ele se chama ar condicionado. O motivo é simples: cada um tem uma temperatura corporal diferente e é muito difícil agradar a todos em um ambiente fechado.
As regras de etiqueta (infelizmente) priorizam a maioria calorenta, e friorentos (como eu) ficam na desvantagem. Eis as 3 principais regras encontradas no livro de Glória kalil "Alô Chics!":

1- A preferência sempre será da maioria. Se você está incomodado com o ar condicionado deve perguntar a todas as outras pessoas do ambiente se concordam em diminuir a temperatura, caso a resposta seja negativa...

2- Defendam-se levando casaquinhos, meias e xales. Se o ar estiver direto na sua cabeça desloque-se e não reclamem (!), o bem estar comum deve prevalecer.

3- A temperatura deve ser regulada de acordo com os que sentam mais ao fundo das salas e que estão passando calor. Contra o frio há recursos, mas contra o calor não há solução.

Eu particularmente contestaria algumas dessas regras:
1) Se as pessoas que estão no fundo estão sentindo muito calor deveriam sentar na frente onde o ar é mais forte. Não é justo que as pessoas da frente morram congeladas por causa dos acomodados do fundão.

2) Até aprece que é prático ficar circulando para cima e para baixo com casacos e meias em dias ensolarados e com temperaturas beirando os 30 graus.

3) A melhor solução é não exagerar. Pra que deixar os locais tão frios? Custa regular o ar em uma temperatura amena, agradável que faz com que os mais calorentos sintam um pouco de calor e os friorentos só um pouco de frio?

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

No escurinho do cinema


Um resumo das principais regras de etiqueta encontradas em livros e publicações na internet.
Não quer dizer que porque as luzes estão apagadas todas as regras de civilidade desapareceram.
-Tirar os sapatos:
Se os pés estiverem limpos e cheirosos podem ser tirados para fora dos sapatos sim. Mas é importante que fiquem no chão, e não apoiados nos braços da poltrona da frente, justamente na altura do nariz do vizinho.
-Levar comidas:
Apesar de muitas redes de cinema autorizarem não é educado entrar nas salas com lanches por exemplo. Elas traem cheiros que não devem fazer parte do ambiente de uma sala de cinema mas sim de uma praça de alimentação.
-Amassos entre casais:
Não tem nada melhor do que ir ao cinema com seu par romântico. Mas cuidado, há coisas que um casal pode muito bem não fazer em público. É muita folga e falta de consciência do espaço do outro. Lugares públicos pedem uma etiqueta diferente de lugares privados.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Parabéns!!

"Jantando com amigos num pequeno e sofisticado restaurante da cidade, tivemos a conversa interrompida por um animado 'Parabéns a você' cantado pelas pessoas da mesa ao lado, no momento em que o garçom se aproximou com um bolinho enfeitado por uma vela acesa. Os vizinhos de mesa do grupo festivo se entreolharam um pouco constrangidos; ninguém sabia muito bem se cumprimentava o aniversariante, se levantava um copo para brindar com eles, ou se fingia que não estava acontecendo nada. Alguém chegou a sugerir que deveria ser proibido esse tipo de manifestação em restaurantes." (Nelsinho Motta)

Pequenos rituais de comemoração são atos de civilidade e não há nada de errado em manifestações públicas de congraçamento. Tanto é que inúmeros restaurantes são escolhidos por aniversariantes de todas as idades para o dia da comemoração exatamente porque fazem mais do que cantar um Parabéns e dar um bolo de presente. No pacote está incluído micos como subir na cadeira e dançar e musiquinhas personalizadas. Por que não se divertir?

Ninguém é chique...

...se não for civilizado!
(Glória Kalil)

Falar de regras de etiqueta hoje em dia com tantas publicações a respeito pode parecer algo ultrapassado. Mas é importante lembrar que essas regras sempre mudam, elas vão se adaptando a sociedade. A intenção aqui é falar não só do presente mas também fazer comparações com o passado para termos uma idéia do que já foi ser chique.. é no mínimo estranho!

Pois bem, etiqueta tem tudo a ver com civilidade e surge com uma espécie de ética do cotidiano, capaz de regular as relações entre as pessoas, deixando a vida mais leve.

Divirtam-se!

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Kafka - Metamorfose



Resenha escrita para a matéria Leituras de Ficção sobre o livro Metamorfose, de Franz Kafka, em Outubro de 2007.

A obra retrata a mudança abrupta na vida de Gregor, um caixeiro viajante, que acorda transformado em inseto. A partir desse acontecimento, o curso de sua história não será o mesmo, já que é preciso se adaptar a sua nova forma de levar a vida, que inclui o novo formato de seu corpo, as suas novas necessidades alimentares, seus novos movimentos, vontades, enfim, não mais como o aparente responsável pelo sustento da casa.

Porém, nem seu chefe, nem sua família se mostram dispostos a ajudá-lo para que mesmo como inseto, Gregor pudesse continuar incorporado à sociedade; apenas algum cuidado é esboçado por sua irmã em relação a ele, mas que com o passar do tempo, tem esse sentimento transformado em desprezo e aversão.

Os membros de sua família se mostram muito conformados com a situação, e entre eles o comportamento que se destaca é o do pai de Gregor, que se mostra mais indignado e não tenta uma aproximação com o filho, ao contrário, o acusa de ser o problema e o incomôdo na vida deles.

Quanto a esse retrato do pai, é importante considerarmos que essa caracterização, como alguém tão imponente e indisposto a ajudá-lo, tão desprovido de um mínimo de sentimento de compaixão, provavelmente é a personificação do relacionamento do próprio autor com seu pai.

Como podemos perceber em outras obras, em que o autor parece personificá-lo também e utiliza-se de frases como: “Eu só poderia viver naquelas áreas não cobertas por você ou fora de seu alcance. Mas, considerando minha idéia de sua magnitude, não restam muitos lugares”, esse relacionamento tão distante marcou Kafka profundamente.

Fernando Sabino


Elaborado para a matéria Processos Jornalísticos em Junho de 2007.

Perfil de Fernando Sabino

Desde menino a literatura despertava seu interesse, suas crônicas e concursos de gramáticas lhe rendiam premiações, mineiro, nascido em 1923, e caracterizado por muitos, como leitor compulsivo, não é de surpreender que Fernando Tavares Sabino se tornasse um dos maiores e mais conhecidos cronistas do Brasil.

Experiências como escoteiro e locutor de programa infantil, fizeram parte de sua vida até que seu primeiro conto policial foi publicado na revista “Argus”, e fez com que seu futuro fosse decidido: ser gramático. Ainda na adolescência, quando ajudou a fundar o jornalzinho “A Inúbia”, começou a colaborar com artigos, crônicas e contos nas revistas “Alterosas” e “Belo Horizonte”.
Desde então colaborações se tornaram freqüentes, e suas publicações passaram a ser vinculadas em jornais e em revistas brasileiras, como em “O Diário”, “Senhor”, “O Globo”, “Diário Carioca” e “O Jornal”. Graças a elas conheceu Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos e Hélio Pellegrino, que deu origem a um grupo de amigos eternos. Apesar da formação universitária em direito, sua carreira profissional foi de jornalista, em que iniciou como redator da “Folha de Minas”.

Depois mudou para Nova York, e mesmo lá suas publicações brasileiras não cessaram, já que suas crônicas eram enviadas para o país, que ao retornar lhe garantiram espaço semanal no Suplemento Literário. Experiências políticas também não faltaram, primeiramente na campanha política de Juarez Távora e posteriormente em 1964 durante o governo de João Goulart, em que foi contratado como Adido Cultural na Embaixada do Brasil em Londres.

Sabino aproveitou sua vida para conhecer diversas culturas, já que sempre viajou muito, principalmente para a Europa, mas países como Argélia, Singapura, Hong Kong, Cuba e Oriente Médio também fizeram parte de suas vivências no exterior, e um de seus maiores sucessos literários, “O Grande Mentecapto”, deve sua conclusão a elas.

Após alguns anos como dono da Editora Sabiá, resolve vendê-la e fundar, com David Neves a produtora Bem-Te-Vi Filmes, que resulta em mini-documentários sobre Hollywood transmitidos pela TV Globo. Muitas de suas obras também são transformadas em produções cinematográficas, como “O Homem Nu” ou em adaptações teatrais, como a obra “O Encontro Marcado”.

As premiações que começaram na infância o acompanharam durante toda sua carreira, prêmios como Golfinho de Ouro na categoria Literatura, Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra e Cinaglia do Pen Club pela publicação de “A Mulher do Vizinho” foram apenas alguns deles, além de “O Grande Mentecapto”, que lhe resultou no prêmio Jabuti e sua adaptação no cinema ter sido premiada no Festival Internacional de Gramado.

Porém a partir de outubro de 2004 suas obras não puderam mais ser escritas, ao som do jazz da banda que era baterista, Ramblers Traditional Jazz Band, Sabino é enterrado, a seu pedido, sob a frase “Aqui jaz Fernando Sabino, que nasceu homem e morreu menino”, um dia antes de completar 81 anos.